Faculdade de Direito da USP demite professor acusado de assédio sexual

  • 13/12/2025
(Foto: Reprodução)
Alysson Mascaro, professor da USP acusado de assédio Reprodução A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) decidiu demitir o professor Alysson Mascaro, que está afastado acusado por estudantes de assédio e abuso sexual. Cabe ainda à reitoria oficializar a demissão. A defesa de Mascaro confirmou ao g1 a decisão da faculdade tomada na quinta-feira (11), mas ressaltou que não foi intimada oficialmente e que apresentará recurso no âmbito administrativo. À época das denúncias, Mascaro já tinha negado as acusações. Para a defesa, a sindicândia preliminar e o Processo Administrativo Disciplinar foram "marcados por violações graves e estruturais". (Leia a íntegra da nota ao final.) Procurada , a USP solicitou que a reportagem procurasse a Faculdade de Direito, que, por sua vez, não se manifestou porque o processo é sigiloso. Um inquérito foi aberto a pedido do Ministério Público de São Paulo, em junho, e está sob responsabilidade da 1ª Delegacia Seccional de Polícia. De acordo com a advogada Fabiana Marques, que defende Mascaro, o professor não foi convocado para prestar esclarecimentos ainda. LEIA MAIS: Abraços fortes, tentativas de beijos e convites: veja relatos de ex-alunos sobre professor da USP acusado de assédio sexual Veja os vídeos que estão em alta no g1 Denúncias Fachada da Faculdade de Direito do Largo São Francisco Divulgação/USP A sindicância interna na USP teve início em dezembro do ano passado após vir à tona no site Intercept a denúncia de dez alunos e ex-alunos sobre casos de assédio que teriam acontecido entre 2006 e 2024. A partir das denúncias, a USP afastou temporariamente Mascaro, afirmando haver "fortes indícios de materialidade dos fatos". Na sindicância, finalizada em 9 de janeiro deste ano, foram ouvidos os relatos de estudantes, todos homens, que acusam Mascaro de assédio sexual, além de três mulheres, sendo uma como testemunha e outras duas como possíveis vítimas de assédio moral. Ao final, também foi colhido o depoimento do professor. A defesa dele nega as acusações. Os relatos de ex-alunos dão conta de conversas prometendo orientação acadêmica e indicações profissionais na área jurídica que se transformaram em mensagens íntimas, abraços desconfortáveis e tentativas de beijos. Quatro ex-alunos que acusam Mascaro de assédio sexual foram ouvidos pelo g1 entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. As denúncias dos estudantes, que se assemelham muito no teor e foram feitas individualmente, apontam que o professor seguia um roteiro: começava as conversas prometendo indicações profissionais e falava sobre as ligações influentes que tinha na área jurídica. Depois de se aproximar dos alunos, segundo os relatos, fazia convites para que conhecessem a casa dele na área central de São Paulo, onde a maioria dos episódios de assédio teria ocorrido (leia os relatos completos aqui). "Quando recebi a notícia através dos jornais de outras acusações contra o assediador, tive a infeliz surpresa de que ele havia, além de mim, abusado de muitas outras pessoas, que seu modus operandi era praticamente idêntico", afirmou um ex-aluno. O que diz a defesa de Alysson Mascaro Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela defesa do professor: "A defesa do Professor Alysson Mascaro vem a público esclarecer que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado contra ele constitui uma *expressão de lawfare* e de um *procedimento de cartas marcadas*, conduzido sem respeito às garantias mínimas do devido processo legal. Trata-se de um caso que jamais poderia gerar qualquer resultado válido e cuja solução definitiva será buscada no Poder Judiciário. Desde sua abertura, a Investigação Preliminar e o PAD foram marcados por violações graves e estruturais. A defesa sintetiza as principais irregularidades: Omissão da Administração quanto ao pedido de providências complementares Intimação irregular do Professor Alysson Mascaro e da sua Defesa Técnica, sem a disponibilização prévia e obrigatória do relatório da Procuradoria Geral da Universidade antes de submeter o caso perante à Congregação; Condução do processo por procurador sem estabilidade, em violação ao art. 271 da Lei nº 10.261/68; Denúncia sem descrição adequada de fatos, alterada quatro vezes ao longo do procedimento; Inexistência de fatos apurados relacionados ao exercício do cargo do Professor Mascaro na FDUSP. Há inúmeras outras irregularidades de ordem formal e material que serão discutidas posteriormente, além do viés parcial contra o Prof. Alysson. Diante desse cenário de arbitrariedade, a sessão da Congregação convocada para apreciação do caso contou com menos de 1/3 dos habilitados a votação, revelando um claro boicote à votação e demonstrando a fragilidade institucional que cercou todo o processo. A defesa informa que todas as medidas judiciais cabíveis já foram adotadas, visando responsabilizar as ilegalidades praticadas. A justiça prevalecerá. A legalidade não se curva a processos fraudulentos."

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/12/13/faculdade-de-direito-da-usp-demite-professor-de-direito-acusado-de-assedio-sexual.ghtml


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